Clara de Ovo, A

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  Descrição do Produto

"Por que arte no meio da fome? ""É claro que o mundo é cheio de beleza, até quem não vê, escuta. O problema que poderá te derrubar por dois segundos seria que no meio de tanta beleza ... há uma coisa chamada ""O que é feio"". Essa coisa é como um sen hor circunspecto, e do meio, e do meio de seus olhos de lampião emana toda a gravidade do mundo. De início diríamos a ele: não é preciso perseverar tanto em vosso amor conosco: dai-no-lo como quem dá um suspiro ao ver o copo d´água com que matará em dois segundos a sede por dez dias. Mas: queremos silêncio. Sim, a beleza também é verdadeiramente silêncio, mas vossa presença aumenta o tom deste silêncio, tornando-o indescritível. Vossa presença é o silêncio estável do mundo. Como há riquezas, p essoas sãs, fantasia, carnaval! Como há pobrezas, pessoas insanas, realidade, quarta-feira de cinzas! O que é feito não precisa se chegar com força a nós: já o admiramos e, o que é mais importante ainda, consideramos. Ainda: o teremos. E com esta úl tima ve z podemos continuar no tênue fio que é preferível chamar-se de Amor. Além disso é preciso arte. A Arte é a senhora do tempo. A arte é a cigarra no alto de um formigueiro. A arte é o profeta Isaías dançando com Maomé. A arte é o palhaço aceso a rir do s tempos de circo, meu caro idólatra do hoje-é-hoje. O gesto de arte precisa ser construído como casa, porque o gesto de arte é o maior amor que um ser humano dá à humanidade. Não, arte não é filantropia, senhor que supõe imaginar na cabeça na cabeça do iceberg o seu corpão. Arte é processo longo artista-receptor, de cuja dualidade nasce o uno do eterno. Jogue-se fora o excesso de sorrisos loucos, ""simpáticos"". Morra o pânico. Precisa-se de discrição no mundo. Construa-se no silêncio , porque é c laro que o mundo tem jeito. Ele não depende de você. Nem de mim. Ele depende das pessoas, que cheiram a arte. Nosso Amor é o mundo e o céu rico pobre belo feio triste feliz e lavoura de trigo, verde, trabalhai."""

  Atributos

num_paginas:
154
ano_edicao:
2003
num_edicao:
1
isbn13:
9788575770856
ean:
9788575770856
autor:
Marcelo Caetano
origem:
NACIONAL
editora:
7 LETRAS
encadernacao:
BROCHURA
situacao:
6
peso:
0.250