1968 - 50 Anos Depois: Culturas – Artes – Políticas: Utopias e Distopias do Mundo Contemporâneo

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Como definir a verdadeira liberdade? Para Simone Weil, ela se encontra numa “relação entre o pensamento e a ação”, isto é, “seria totalmente livre o homem cujas ações, todas elas procedessem de um juízo prévio sobre o fim que ele se propõe e o encade amento dos meios próprios que levam a esse fim”. A pensadora acrescenta algo não menos importante: “pouco importa que elas (as ações) tenham êxito”, uma vez que a felicidade consiste exatamente no uso da liberdade para agir. A infelicidade é a ausênc ia dessa liberdade. Essas ideias, de Weil, são particularmente inspiradoras quando, numa mirada despida de prejulgamentos, colocamos em questão os acontecimentos relativos ao ano de 1968. E esta coletânea, que, agora, o leitor poderá desfrutar, parte desse pressuposto: mesmo derrotado o movimento transformador, colocado em ação naquele ano, ele não ficou circunscrito apenas àquele espaço e àquele tempo. Com efeito, as provocações dele decorrentes impactaram de maneira significativa a produção de conhecimento nas ciências humanas. Nesta coletânea, autores com formações diversas, trilhando caminhos que eles próprios escolheram, problematizam temas e objetos inerentes ao campo da História Cultural, demonstrando que o ano de 1968 permanece insp irador e inquietante.